O que são essas siglas nos rótulos das embalagens?
Sem a devida orientação pode ficar bem difícil decifrá-las!
Essas siglas codificam algumas características específicas dos óleos. Normalmente no manual do proprietário do seu veículo está indicado qual é a especificação do óleo que vocês devem usar.
Existem basicamente 3 especificações com as quais você deve estar atento:
Especificação de desempenho
A mais tradicional é a API (Instituto Americano de Petróleo). A especificação API é baseada nos graus de severidade das condições de trabalho aos quais os motores são submetidos.
O código API divide em duas categorias os óleos de motor. Os motores a combustão interna que utilizam velas para gerar a combustão devem ser lubrificados pelos óleos API S – onde o “S” vem do inglês spark (faísca). Já para motores a diesel (com combustão “espontânea”) é utilizada a sigla os API C- onde “C” deriva do inglês compression (compressão). Finalmente os óleos lubrificantes para engrenagens são os API GL, onde “GL” indica gear lubrificant (lubrificante de engrenagens, em inglês).
A classificação para motores leva a letra S seguida de outra letra, que determina o “estágio de evolução” do óleo (de A a M, ou seja: SA, SB, SC, SE, SF, SG, SH, SJ, SL e SM). Esta classificação é de fácil entendimento já que a evolução das letras significa a evolução da qualidade dos óleos. Portanto, para a API, a especificação mais moderna é a SM, que normalmente é usada em veículos de alta performance, com características de resistência à oxidação e proteção contra depósitos. Portanto, quando é recomendado no manual do proprietário um óleo com classificação SJ por exemplo poderá ser usado um óleo SL, porém o contrário não é adequado.
Ainda pela API, para os motores a diesel, os lubrificantes são classificados de CA a CF, CF-4, CG-4, CH-4, CI-4 e CJ-4. O mesmo raciocínio de evolução pode ser empregado nesse caso. A mais recente é a especificação CJ-4, que confere desempenho efetivo na
proteção do motor à diesel com sistemas de pós-tratamento da exaustão, que demandam ainda mais do lubrificante.
Especificação de viscosidade
Regulada pela SAE (Society of Automotive Engineers, podemos traduzir como “Sociedade de Engenheiros Automotivos”), consiste num código para facilitar a identificação da viscosidade dos óleos de motor.
Viscosidade é uma medida que indica a resistência de um determinado líquido ao escoamento (é só pensarmos no mel e na água. Quem é mais viscoso? O mel, que “se move” mais lentamente). Nessa classificação, há basicamente dois grupos: os monoviscosos (Por exemplo, “30” ou “30w “) e os multiviscosos (por exemplo “10w30”).
O primeiro número dos multiviscosos indica a viscosidade na partida com o motor frio (temperatura ambiente). Quanto mais baixo esse número, menor será o esforço do motor na hora de acioná-lo pela primeira vez no dia. Isso é particularmente importante em países onde a temperatura do ambiente fica abaixo de zero com freqüência. O óleo deve ser capaz de se manter fluido em baixas temperaturas (e principalmente não se solidificar), para garantir que o motor consiga girar corretamente na hora da partida.
Na medida que o motor vai aquecendo, passará a valer a viscosidade indicada pelo segundo número. Esse, por sua vez, indica a viscosidade à temperatura operacional de 100ºC. Quanto maior esse número, maior é a viscosidade quando o óleo está em altas temperaturas. Uma outra forma de entender os óleos multiviscosos é pensar em 20w40 como se fosse um óleo monoviscoso 20 (na partida) que não se afinará mais do que um 40 quando aquecido pelo trabalho do motor.
Base do óleo
A terceira especificação é a base do óleo, que pode ser mineral, sintética ou semi-sintética.
O lubrificante é composto por óleos básicos e aditivos. Sua função no motor é lubrificar, evitar o contato entre as superfícies metálicas, proteger o motor e refrigerar, independentemente de ser mineral ou sintético.
A diferença está no processo de obtenção dos óleos básicos, que será determinante para classificá-lo como de base mineral ou de base sintética.
Os óleos básicos minerais são obtidos da separação de componentes do petróleo, no seu processo de refino, caracterizando-se por uma mistura de hidrocarbonetos.
Já os óleos básicos sintéticos são obtidos por reação química, em plantas petroquímicas, havendo, assim, maior controle em sua fabricação, permitindo a obtenção de vários tipos de produtos, com diferentes propriedades e, por isso, são produtos mais estáveis e possuem maior resistência ao envelhecimento.
Os óleos semissintéticos ou de base sintética, empregam mistura em proporções variáveis de básicos minerais e sintéticos, buscando reunir as melhores propriedades de cada tipo, associando a otimização de custo, uma vez que as matérias-primas sintéticas possuem custo mais elevado do que aquelas de base mineral.
Além de conhecer estas especificações é muito importante verificar que tipo de lubrificante é mais indicado para seu veículo no manual do proprietário. É inadequado não seguir as indicações que estão descritas no manual.
Fontes: HD Lubrificantes, e Óleo Certo.
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